Cancerianismos

   Coisa louca essa de engravidar. Dona de uma longa e louca história, vivi em lugares diferente, convivi com pessoas de culturas diversas, me arrisquei, briguei, me joguei e um dia parei. Eu sempre soube que um dia seria mãe, que nasci para isso. Sempre gostei de cuidar das pessoas de estar ao lado e então um dia eu soube que havia chegado a hora.

   Passei uma semana repassando a minha vida toda desde os 15 anos. Durante a noite sonhava com pessoas, com amigos que passaram e eu nem mais lembrava como se estivesse querendo saber o que ficou de tantas experiências vividas, o que eu quero passar para frente.
   Passei uma semana me decepcionando um pouco também, o que não é difícil para uma canceriana, grávida e com emoções a flor da pele. No fundo a gente chega aos 30 e ainda deseja que muita coisa que sempre foi como foi seja diferente, e elas simplesmente não são. Ai penso que talvez tenha gastando tempo demais da minha vida querendo mudar o que não pode ser mudado, muita energia gasta.
  A conclusão é que achei que era a hora para pensamentos novos... de jogar fora o que não serve mais, de fazer mais por mim como naquele clichê dizendo que devemos nos colocar em primeiro lugar. E agora tem meu filho e que esteja ao nosso lado aqueles de coração bom e puro, que Deus permita apenas os de boa intenção se aproximarem.
  Minha noção de amor sempre teve muito a ver  com carinho, atenção, preocupação, que o amor não pode ser simplesmente uma idéia que vive dentro e não transborda. É isso! Para mim todo tipo de amor transborda em abraço, num amigo, num irmão,nos pais, no marido...
   ...como diria Nando Reis tornar um amor real é expulsa-lo de você para que ele possa ser de alguém!